Após finalizar as campanhas em prol da luta e do orgulho da comunidade LGBTQIA+, voltamos à estaca zero quando o assunto é diversidade dentro das empresas? Como dar continuidade ao marketing LGBTQIA+? E principalmente fazemos valer a logo e a hashtag colorida que usamos durante todo o mês de junho?

Para iniciar essa conversa precisamos retomar qual o nosso papel enquanto profissionais de marketing dentro de uma organização. No escopo da função, como especialistas, faz parte da nossa alçada refletir sobre a nossa realidade social e transformar essa reflexão em estratégias. Isso, cumprindo com o objetivo de suprir as reais necessidades do consumidor.

Mas quantos profissionais conseguem trazer essa discussão para a prática dentro das empresas? Quantas marcas refletem as verdadeiras necessidades do público consumidor de seus produtos? 

Levanto esses questionamentos pensando na falha que muitas empresas cometem em se comunicar apenas com um padrão social que, em caps lock, NÃO É ÚNICO!

LGBTQIA+, crespos, gordos, baixos, candomblecistas também consomem. Por isso, se sua estratégia conversa apenas com o “normativo”, você está errado! Você está perdendo a chance de somar na construção de uma sociedade plural.

É nosso papel introduzir esse assunto.

Assim, além de enxergar a comunidade como consumidora, é preciso internalizar a diversidade para que indivíduos pertencentes a essa camada identitária possam ser vistos caminhando pelos corredores da empresa.

E, se você se pergunta como trazer o seu gestou ou CEO para essa conversa você está no lugar certo.

É preciso fazer com que gestores e líderes entendam a importância de dedicar esforços para construir estratégias com foco em desenvolver organizações plurais, E principalmente que isso precisa ser feito o ANO TODO e não apenas para datas específicas do calendário.

É hora de falar sobre marketing LGBTQIA+!

Por que apostar na diversidade é sinônimo de sucesso

A ideia de que o sucesso está na diversidade é um ótimo argumento. Muito amplo, mas também muito simples de defender. 

Segundo estudo levantado pela Harvard Business, metade dos conflitos dentro das grandes organizações é resolvido com investimento em diversidade. 

Essas organizações partem do pressuposto de que é na pluralidade que surgem as melhores ideias e, com isso, é possível encontrar as melhores formas de contar histórias.

No nosso último artigo “De Stonewall Inn até aqui: a sua empresa é diversa ou lacradora?”, trouxemos um dado da consultoria McKinsey and Co que apresenta a diversidade de gênero como fator impulsionador para o sucesso de grandes empresas. 

Além de abrir portas e oportunidades, ser plural também estimula as chances de uma empresa inovar e quebrar tabus.

Não cabe um cifrão na sigla LGBTQIA+, tá bom?!

Um olho no meu lugar de pertencimento e outro no meu pink money! 

Para que a diversidade ultrapasse o discurso, é preciso que ele esteja enraizado como cultura da organização. 

Para além de um marketing diverso, todos os setores da empresa devem ser engajados na inclusão de pessoas LGBTQIA+. Seja de recursos humanos, financeiro, administrativo etc.

Dizemos isso porque, na prática, vemos que as coisas não funcionam num passe de mágica do arco-íris! 

Segundo pesquisa feita pela Consultoria de Engajamento Santo Caos, 33% das empresas no Brasil não contratariam uma pessoa LGBTQIA+ para cargos de liderança. Será que essas empresas são as mesmas que, no mês de junho, usam avatar colorido?

Não sabemos, mas a certeza é que ainda há  muito o que fazer. Ainda existem muitos espaços para serem ocupados por membros da comunidade LGBTQIA+ e de outras minorias.

Quem lacra de verdade ganha muito mais que o lucro

Se você leu até aqui, já deu pra entender como a diversidade pode ser um ponto importante para a inovação da sua organização. E, principalmente percebeu que o marketing LGBTQIA+ não é (e não pode ser) apenas uma ferramenta para captura de consumidores.

Mas é hora também de imaginar como utilizar o marketing em prol de um movimento pode contribuir para uma discussão mais profunda sobre desigualdade. 

Do lado de cá, acreditamos que é possível isso e muito mais. Porém, nem todos os cases são de sucesso. Continue a ler para entender mais!

Case de insucesso para não seguir

Em 2019, além de patrocinar a parada LGBTQIA+ em Londres, a Budweiser passou todo mês de junho divulgando ações para dar visibilidade para a comunidade. Com isso, a marca promoveu a confecção de copos estampados com as cores das bandeiras referente a cada letra da sigla.

Acontece que, durante uma live da cantora Pabllo Vittar, patrocinada pela Amstel, marca de cerveja holandesa, o perfil brasileiro da Budweiser no Twitter respondeu cordialmente a um tweet LGBTfóbico, colocando em xeque o verdadeiro posicionamento da marca.

Mesmo deletando a mensagem logo depois, o castelo com a bandeira arco-íris da marca desmoronou! 

O resultado disso com certeza respingou muito sobre o marketing geral da marca. Usuários printaram a mensagem e, rapidamente, instalou-se um movimento de “cancelamento” e boicote à Budweiser.

Em 2020, a empresa optou por se abster em prol da campanha do orgulho LGBTQIA+. Um fato que comprova que ainda há muito para a marca aprender sobre orgulho e diversidade.

Cases de sucesso para inspirar

Para inspiração, vamos deixar aqui uma lista de matérias de veículos sobre ações sensacionais que foram planejadas por empresas no Brasil e no mundo em razão da diversidade:

_Avon, Natura e The Body Shop apoiam Parada Virtual LGBT+ de São Paulo;

_Com coral de pessoas trans,  Pantene mostra que para os jovens LGBT+ nem sempre é fácil visitar a família no Natal;

_Uber mostra histórias de seus funcionários LGBT+ em campanha “Many Voices of Pride”;

_Em filme,  Diesel conta história de jovem transgênera;

Agora que você chegou até aqui, para dar sequência na nossa missão, baixe o nosso e-book “Organizações Plurais”. E leve as reflexões sobre importância de abraçar pautas ligadas à  diversidade para dentro da empresa que você trabalha.

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